quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Devorava-me à distância.

"Anna caminhava silenciosamente atrás de mim. Sentia que afagava meu corpo com os olhos.Devorava-me à distância."

Anna me recebia a porta de sua casa. A família comemorava o aniversário de André, seu irmão, com um almoço pouco formal nos jardins da casa. Conhecemo-nos em São Paulo por amigos em comum. Anna é alta, corpo curvilíneo de seios médios a pele dourada, os olhos apertados, a boca saliente e cabelos loiros. O irmão, mais baixo, cabelos avermelhados, amarrados na nuca. O corpo, pouco atlético, encharcado de cervejas e cigarros. Barriga pontuda, pêlos espalhados pelo corpo.

“Eu usava um vestido leve, florido, aberto nas costas”. Anna me abraçou devagar, deslizando as mãos por minhas costas. Os bicos dos meus seios imediatamente enrijeceram. A calcinha já era molhada quando percebi que seus mamilos também estavam rijos.

Entramos. Anna caminhava silenciosamente atrás de mim. Sentia que afagava meu corpo com os olhos. Devorava-me à distância. Ela parecia tomado por alguma febre, uma abstinência de carne feminina. Observava meu sexo, as mãos discretas escorregavam entre minhas pernas... Lasciva e perversa. Eu era deliciosamente excitada por mãos tão hábeis e agitadas. E a tarde seguia embebida por aquela sacanagem velada, gostosa e delirante.

Uma cerveja, duas, três. A família relembrava o passado. A avó cochilava no sofá da sala. O papai fuzilava olhares em minha direção e, por vezes, André se aproximava inexpressivo.

A brincadeira esquentava. Na verdade, ela já queimava em meio ao meu sexo. A certa altura, Anna se aproximou: “Deixa eu te mostrar a sauna”, e me tomou pelas mãos, arrastando-me até ela, caminhamos pelo imenso jardim. Meu corpo obedeceu prontamente. A sala de azulejos úmidos era pouco iluminada. Sentei-me e abri as pernas, insinuando o quanto desejava sua boca. Ela apenas observava, sem me tocar. Levantou o meu vestido. De leve. Eu só queria ser acariciada, quando de repente “do riso fez-se o pranto”. Anna começou a balançar a cabeça negativamente. Emudeci, sem compreender o que se passava quando ela lançou: “Desculpa, meu irmão gosta de você”.

O álcool dançava no meu corpo. “Dane-se!”, falei enquanto a tomava pela cintura. O proibido nos dava ainda mais tesão. No entanto, sua consciência venceu: “Vou chamar o meu irmão”. Mais uma vez, não entendi. Minutos depois, surgia André em meio ao vapor. “Quem não tem cão caça com gato”, pensei, enquanto era afagada pelo irmãozinho. Ele não era tão quente quanto a irmã Anna. Dei uma “broxada”: “Estou com calor. Vamos sair?”, sugeri.

Anna nos esperava a frente da varanda. Os parentes do rapaz fuzilaram o par que saía molhado da sauna. O pai fazia comentários machistas com os amigos, do tipo: “Meu filho é foda!”. Eu ria por dentro. “Como os homens são babacas”, pensava.

Anna agora me observava com mais volúpia. Estava sentada num sofá de vime, ao lado de André, quando ela se aproximou. Foi chegando devagar. Meus olhos o perceberam enquanto beijava seu irmão. Agaichou-se ao meu lado e pude ver que ela estava sem calcinhas e começou a acariciar minhas pernas, enquanto André me devorava a boca.


Eu me sentia canalha. Minutos antes, André chorava seu amor pelos animais. Tão bucólico. E eu tão piranha e gulosa. Estava ficando perigoso. Qualquer distração de André, e Anna acariciava meus seios, passeava os dedos por minha xoxota me levando as nuvens de tesão.

Foi quando alguns convidados iam embora, e André foi acompanhá-los até a porta. Ficamos a sós. Ela me arremessou atrás de uma porta, afastou minha calcinha e... Sua mãe adentrou o recinto. Mal estar...

“É melhor ela ir embora”, falou a pálida mãe estraga prazeres. Fui embora sem explicações ou novas promessas de encontro. Cheguei até a rever os irmãos algumas vezes. Ambos me olhavam com um sorriso sacana nos lábios, com olhos de gula. Tempos depois, soube que fizeram aquilo combinados. Cúmplices. Fui um pedaço de carne para os pervertidos, que, infelizmente, não puderam me devorar."

Um comentário: